O líder da oposição em Moçambique, Venâncio Mondlane, declarou em uma coletiva de imprensa que a próxima fase de manifestações em repúdio aos resultados eleitorais não será pacífica se a polícia continuar a reprimir a população. Mondlane, que é um dos principais críticos do governo, afirmou que não permitirá que a força policial “saia matando civis” e deixou claro que a população se unirá para se defender caso a situação se agrave.
Em suas declarações, Mondlane enfatizou que a brutalidade policial já é uma preocupação crescente entre os cidadãos. Ele afirmou que, caso esses atos de violência se repitam, a comunidade terá o respaldo de grupos de resistência que surgiram em resposta à repressão. Segundo ele, esses “paramilitares” se posicionarão ao lado do povo para garantir a proteção dos seus direitos e da integridade física dos manifestantes.
O clima político em Moçambique tem se tornado tenso, especialmente após as eleições recentes, que muitos consideram fraudulentas. Mondlane pediu que a população mantenha a calma, mas alertou que a situação pode rapidamente se transformar em um conflito aberto se a repressão não cessar. "Não podemos ficar passivos diante da injustiça. As pessoas têm o direito de protestar e ser ouvidas", disse.
Organizações de direitos humanos expressaram preocupação com o alerta de Mondlane, destacando a importância do exercício pacífico da manifestação e o respeito aos direitos fundamentais. A expectativa é de que as manifestações ganhem força nas próximas semanas, enquanto a população se mobiliza para reivindicar a transparência e a justiça nas eleições.
A resposta do governo e da polícia à declaração de Mondlane ainda é aguardada. Cidadãos e observadores internacionais estão atentos aos próximos desdobramentos, na esperança de que a situação não se descontrole e leve a um aumento da violência nas ruas de Moçambique. Leia mais